Não aguentei a tristeza, e sai um pouco, fui caminhar, sem rumo. O pior é chegar em casa, e não ter uma bolinha peluda pular em mim. Pois foi o que aconteceu, ao entrar em casa, não senti em minhas pernas um caloroso beijo babado que antes me alegrava. Chorei, porém antigamente chorar com ele por perto era bom, com apenas dois pulos em cima de mim juntamente com linguadas babadas e chorinhos que queriam dizer "não chora mãe, pois tu é a razão do meu viver, se tu chorar eu choro também". Vi que se eu chorar agora, vai crescer minha tristeza, por que ninguém conseguirá me alegrar do mesmo modo que um simples cão (para os outros) me alegrava.
Pra mim, passava de um cão, era um amigo, aliás, meu melhor amigo, mesmo sendo irracional, entendia perfeitamente o que eu estava sentindo, sabia perfeitamente as pessoas que podia confiar e as que não mereciam sequer um olhar.
Sua inteligência canina ia além do que as pessoas podiam ver, do que o sentimento humano podia explicar e ia mais além do sentimento que ele tinha para me dar.
Acho que minha vida não será mais igual à antes, com este vazio tomando conta, meu olhar sempre irá procurar nos lugares que ele costumava deitar para se refrescar, minhas pernas irão sentir falta daquele desagradável peso durante a noite.
A morte pode ser mais dura do que as pessoas imaginam, a dor de quem ama é maior e não se pode medir.
Ele ficará em minha memória, como alguém que foi mais do que especial, nunca será substituído, pois ele era único, o meu Max, meu bebê, meu mamá, meu nenis ou qualquer outro apelido carinhoso que quando eu chamava ele prontamente vinha, balançando seu rabo de espanador em minha direção.
Max ficará na história e na memória das pessoas que tiveram sorte de conviver com ele.
Em memória